Muitos pais trazem queixas relativas as dificuldades de lidar e de conduzir seus filhos adolescentes. Justo agora que pensavam ter adquirido a habilidade de lidar com as crianças, elas se apresentam na pré-adolescência e adolescência com outras características que deixam os pais perdidos.
O que acontece é que assim como a primeira e a segunda infância são períodos cheios de aprendizagens, o mesmo ocorre com a adolescência. Na infância são aprendidas coisas muito complexas como a linguagem verbal e escrita, os hábitos, os comportamentos da família e da sociedade na qual a criança está inserida, os valores, etc. Na adolescência o aprendizado destas coisas se complexifica e o adolescente precisa além disso tudo, aprender o seu lugar no mundo e o futuro que vai escolher seguir.
Até então a criança fazia suas escolhas e se movia dentro de um espaço desenhado pelos pais. A aula de inglês, a religião, os estudos e o passar de ano, o modo como se comportavam frente aos outros, entre outras tantas coisas, era definido pelos pais.
Porém, chega o momento que o adolescente tem que escolher entre continuar o que os pais escolheram ou mudar o rumo das iniciativas. Eleger se vão para uma profissão e de que forma, se vão ter filhos, família e de que forma, entre tantas outras coisas. Enfim, aquilo que até então era seguir o caminho apontado pelos pais, torna-se mais complexo. Agora não é apenas passar do primeiro para o segundo ano, e se comportar para ganhar o presente de Natal, tem todo um futuro pela frente que não está desenhado e é preciso desenhar quando ainda não se sabe bem fazer os traçados.
Por isso se fala da turbulência da adolescência, que é sim uma fase difícil, e que diferente do que muitos pensam, não passa por si. Ou os adolescentes são bem orientados e conseguem ganhar limites por dentro e fazer escolhas para seu futuro considerando aos outros e a eles próprios, ou esta turbulência vai permanecer vida em fora.
Promover a aprendizagem de limites por dentro que é fundamental na infância, é ainda mais necessário na adolescência e exige a participação dos pais como mediação e apoio para tudo isto. Ensinar limites não é estabelecer regras e “nãos”, e sim orientar, induzir, esclarecer, estabelecer limites por fora, de modo que os adolescentes encontrem seu espaço no mundo, entre os outros e as coisas, aprendendo a respeitar o seu território e a levar os outros em conta.
Nestes 16 minutos de entrevista com a Psicóloga Ana Claudia, do Consultório Relações, é possível ter uma melhor noção destes elementos todos.
Convidamos vocês a assistirem e esclarecerem algumas dúvidas e questionamentos, assim como a entrar em contato diante de outras indagações que ocorrerem.